Imunizar a madeira ajuda a proteger contra ataque de fungos e bactérias. O processo consta imergir em solução química. Saiba mais!
Imunizar a madeira é um processo fundamental para proteger a madeira contra o ataque de cupins, fungos, umidade e outros agentes. O processo consiste em imergir as madeiras em solução química para proteger do ataque de agentes químicos, físicos e biológicos. O tratamento caseiro da madeira deve ser feito dentro de 24h após o desbaste e não é recomendado para ser feito em grande escala.
A madeira desbastada deve ser roliça, reta, preferencialmente sem nós, com diâmetro entre 7 e 15 cm e com comprimento máximo de 2,5 m. Também precisa estar descascada, após bater nela com um macete de madeira, ela se solta facilmente e pode ser puxada.
Para escolher o local de tratamento deve se tomar alguns cuidados como, por exemplo, ser afastado de residências e de locais de cultivo e de criação de animais devido ao uso de produtos químicos. É necessário também que o local seja coberto, para proteger da chuva e sol, porém aberto nas laterais para que seja possível a dispersão dos gases químicos.
Preparo e aplicação da solução imunizadora
Para preparar a solução e imergir as madeiras, deve-se usar um tambor de plástico ou de metal de 200 litros, com diâmetro de aproximadamente de 57 cm. Conforme orientado pela Emater, é importante que o tambor siga essas dimensões, pois os cálculos das quantidades de madeira e dos ingredientes foram feitos com base nesse padrão.
Antes de preparar esse material, é de extrema importância o uso de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs). Neste caso, recomenda-se o uso de luvas, avental, máscara, botas para o manuseio da solução, seguindo sempre as orientações do fabricante.
O material para preparo de 100 litros da solução preservadora, também conhecida como CCB (cromo, cobre, boro), será misturada em um tambor separado com as seguintes quantidades:
- 1900 gramas de dicromato de sódio (cromo);
- 1700 gramas de sulfato de cobre ou sulfato cúprico (cobre);
- 1200 gramas de ácido bórico (boro).
Após o preparo dessa solução, coloque as madeiras dentro de outro tambor, seguindo as especificações mencionadas, e adicione a solução até alcançar 55 cm de altura. Acrescente 1 cm de óleo de motor queimado, isso fará com que haja a diminuição da evaporação dessa solução fazendo com que ela seja absorvida pela madeira.
As madeiras devem permanecer nessa solução durante 10 dias. Desses 10 dias, 7 dias a madeira deve ser colocada em pé e 3 dias de cabeça para baixo. Feito isso, as estacas serão empilhadas e secas à sombra por mais 30 dias e já estão prontas para o uso.
Evite descartar a solução no solo para evitar contaminação. É importante lembrar que essa madeira tratada não pode ser queimada devido às toxinas presentes. Neste processo, obtém-se a preservação da madeira e aumenta-se consideravelmente sua vida útil.
Case Barão de Monte Alto/MG
No processo de desbaste da floresta de Mogno Africano de 3 anos de idade em Barão de Monte Alto/MG, foram selecionadas e demarcadas as árvores que apresentaram menor desenvolvimento comparada com as outras. Nessa primeira colheita florestal, as toras apresentaram diâmetro entre 8 e 15 cm, com alturade 15 a 18 metros.
Para imunizar este primeiro corte, foi utilizada uma metodologia diferente. Após cortadas, as madeiras foram levadas até a unidade de tratamento dentro da própria fazenda, onde estavam 4 tanques, cada um deles com capacidade de comportar 1.300 litros da solução imunizadora respeitando as quantidades recomendadas pela Emater. Essa quantidade usada pode render até 6.000 estacas/mês.
Feito a imersão na solução durante o período mencionado anteriormente, essas estacas são empilhadas e colocadas na sombra para secarem. Passado 30 dias do processo de secagem da madeira já estão prontas para o uso.